Telemedicina

Telemedicina: tudo o que você precisa saber sobre o assunto

A união entre tecnologia da informação e medicina nunca foi tão forte. Nos últimos anos, vivenciamos o surgimento de soluções cada vez mais tecnológicas e uma migração constante do consultório para o meio digital. É em meio a esse contexto que surge a telemedicina.

Se você está antenado às notícias, provavelmente já ouviu falar dela nos jornais: seja devido à sua regulamentação ou ao uso contra a COVID-19, a telemedicina desperta novas opiniões e possibilidades para o futuro. Mas, afinal, a que esse termo se refere e qual o seu panorama no Brasil, atualmente?

Para responder a essa e às principais perguntas sobre a telemedicina, criamos um guia completo dessa nova tecnologia. A seguir, explicaremos tudo o que você precisa saber para conhecê-la nos dias atuais. Continue lendo para saber mais!

O que é telemedicina?

A medicina sempre envolveu um contato estreito entre o médico e o paciente. Essa aproximação — vista como inadequada para outras profissões — é necessária para o correto exercício da medicina: afinal, é preciso ter um olhar minucioso para o diagnóstico e o acompanhamento das doenças.

No entanto, a medicina não está alheia aos avanços da tecnologia. Há décadas, era um sonho da humanidade conseguir utilizá-los para otimizar a assistência à saúde. Um dos registros mais antigos desse desejo é uma capa de revista de 1924, que já mostrava um médico atendendo a distância. Em meio à popularização das ondas de rádio, as primeiras sementes da telemedicina começavam a ser plantadas.

No entanto, na época, isso não passava de uma idealização. Foi apenas em 1950 que surgiu o primeiro relato do que, hoje, chamamos de telemedicina: à época, imagens radiológicas começaram a ser transmitidas a uma distância de aproximadamente 40 quilômetros. Na mesma década, o primeiro centro de telerradiologia foi criado, no Canadá.

A partir de então, a ideia da assistência médica a distância assumiu um ritmo quase exponencial. Hoje, já contamos com câmeras de alta definição, uma velocidade de comunicação quase imediata e diversos protocolos de atendimento digital. Isso foi possível graças à rápida evolução da tecnologia e à gestão integrada em saúde, já muito consolidada no século XXI.

Atualmente, a Organização Mundial da Saúde define a telemedicina como a “entrega de serviços de saúde a distância pelo uso da tecnologia”. Ela própria admite que o conceito é amplo e que envolve diversas áreas, opiniões e preceitos. No entanto, ele traduz exatamente o que a telemedicina significa, na realidade: a assistência à saúde a distância, mediada pelos avanços tecnológicos, com múltiplas possibilidades — estejam elas no presente ou no futuro.

Para que serve a telemedicina?

Quando nos deparamos com o conceito de telemedicina, é comum nos fazermos uma pergunta inicial: “por que adotar um método de saúde a distância, se podemos oferecê-la presencialmente?”. A resposta para essa pergunta depende de outro questionamento: será que podemos mesmo?

Não foram apenas os métodos de comunicação que cresceram nos últimos anos. A medicina também vem se aprimorando e se reinventando, aproveitando de novas ferramentas, como o CRM saúde. No entanto, ainda temos importantes obstáculos à nossa frente. É nesses problemas que a telemedicina pode atuar.

Um dos principais pontos-alvo da telemedicina é o atendimento médico em locais remotos. Imagine, por exemplo, uma cidade pequena, com pouca estrutura de saúde e baixa demanda por atendimentos especializados. Pode ser inviável manter, por exemplo, um radiologista especializado em neuroimagem na cidade: o seu preço é alto, e ele terá uma procura mínima pelos seus trabalhos.

No entanto, essa procura ainda pode existir. Nesses casos, é necessário que o paciente seja encaminhado a outra cidade para realizar consultas e exames. Além de dificultar o acesso da população a esses serviços, a distância diminui a eficácia do acompanhamento e aumenta o seu custo. Tanto o profissional e o paciente quanto a rede de saúde saem prejudicados.

Com o auxílio da telemedicina, no entanto, todo esse processo pode ser facilitado. De onde estiver, o especialista pode oferecer os seus serviços, independentemente da distância até a cidade. Isso torna o atendimento muito mais rápido, eficaz e barato do que da maneira convencional.

Outro ponto que é alvo da telemedicina é a redução do próprio risco da assistência. Em alguns casos, comparecer fisicamente para uma consulta também traz perigos: nosso melhor exemplo é o pronto-atendimento (PA), em que o paciente pode aguardar por horas e se expor a infecções e procedimentos potencialmente danosos.

Nesses casos, a telemedicina auxilia no processo de triagem, definindo se o paciente realmente precisa ir ao PA ou não. Além de reduzir os riscos de pacientes que compareceriam equivocadamente ao setor de emergência, isso também desafoga esse departamento — algo que tem se tornado uma preocupação cada vez mais frequente.

Como é a telemedicina no Brasil?

Como a telemedicina é uma tecnologia nova, é natural que ela ainda seja enxergada com cautela pela sociedade. Ainda que os estudos científicos já comecem a apontar a sua eficácia, há um longo caminho a ser percorrido; afinal, o desenho dessas pesquisas geralmente é específico para cada doença ou situação de saúde, requerendo um grande esforço científico.

Por isso, a telemedicina ainda está em processo de regularização no Brasil. Atualmente, o seu uso já é permitido entre médicos — ou seja, quando um profissional busca a opinião de outro, mais especializado ou de outra área. Por isso, áreas como telerradiologia ou telediagnóstico já são uma realidade no território brasileiro.

O contato direto entre médico e paciente, no entanto, permanece não regularizado. Nessa modalidade, as consultas médicas poderiam ser realizadas de casa, levando o cenário da telemedicina a um outro patamar; o que já é feito por países como os Estados Unidos há anos.

Recentemente, uma exceção foi aberta devido à previsão de alta demanda por serviços de saúde durante a pandemia pela COVID-19. Durante esse período excepcional, a telemedicina poderá ser utilizada para o contato direto de médicos e pacientes. Alguns pré-requisitos são o registro da tecnologia utilizada, do horário do atendimento e do número de registro do profissional, em prontuário específico. A prescrição por meio digital também foi um ponto permitido pela nova lei.

Embora a pandemia seja um momento tenso, pode ser excelente para testar essa nova tecnologia no Brasil. Assim, tanto setores públicos como privados podem se beneficiar de seus serviços e decidir, depois, como ela poderá continuar a ser utilizada. No momento, a sua regulamentação é válida apenas para o período de exceção da COVID-19.

Como a telemedicina pode ser utilizada?

Embora as teleconsultas sejam o que mais nos vem à cabeça quando pensamos em telemedicina, os termos não são sinônimos. Como mencionamos, a telemedicina é mais ampla e abarca uma série de serviços que podem ser realizados a distância.

Em 2019, o Conselho Federal de Medicina publicou uma nova resolução, que define os tipos de telemedicina no Brasil. Dentre eles, ela prevê a teleconsulta, o telediagnóstico, a teletriagem e o telemonitoramento, por exemplo. A seguir, falaremos em mais detalhes sobre cada um deles.

Teleconsultas

As teleconsultas são o protótipo da telemedicina, prevendo consultas sendo realizadas remotamente. Com elas, a anamnese e a análise do exame físico podem ser feitas a distância; por isso, na maioria dos casos, ainda é necessário um profissional da saúde junto ao paciente, para realizar o exame físico e descrevê-lo.

Telediagnóstico

No Brasil, o telediagnóstico é, provavelmente, a modalidade da telemedicina mais consolidada. Ele direciona a telemedicina para as especialidades que, provavelmente, menos precisam de contato físico com o paciente: as áreas de imagem, análises clínicas e propedêutica complementar.

Especialistas nessas áreas têm um trabalho mais analítico, que envolve, na maioria dos casos, a avaliação de gráficos e exames. Com a telemedicina, esses exames são enviados a distância, necessitando apenas de técnicos para realizá-los presencialmente.

O laudo, propriamente dito, é completamente feito a distância. O profissional pode atuar de uma central de diagnósticos ou até de sua própria casa, recebendo os exames pelo computador. Encaixam-se nessa categoria desde imagens radiológicas, como radiografias e tomografias, até exames mais específicos, como eletrocardiogramas.

Teletriagem

A triagem é um elemento fundamental na assistência médica, principalmente no PA. Ela é responsável por definir quais são os pacientes mais urgentes e que necessitam de atendimento imediato. Em situações de superlotação dessas unidades, pacientes pouco urgentes geralmente aguardam por horas até serem chamados. Por isso, a teletriagem é uma modalidade ascendente da telemedicina.

Um dos principais fatores que levam à superlotação do PA é o desconhecimento do paciente acerca dos serviços oferecidos: o PA trata de questões urgentes, e, portanto, tem baixa resolubilidade de doenças crônicas. Esses problemas devem ser tratados no que chamamos de regime ambulatorial, fora do ambiente de urgência.

Por isso, o PA — visto por muitos como uma fonte de resoluções rápidas — pode não ser o ideal para os pacientes. A teletriagem atua os informando de seu status antes mesmo de eles saírem de casa, pelos fluxogramas de atendimento preestabelecidos. Com isso, os próprios pacientes são orientados quanto aos seus próximos passos, organizando mais eficientemente a gestão de pacientes.

Telecirurgia

Embora pouco utilizada atualmente, a telecirurgia é uma das apostas para o futuro da medicina. É provável que, no futuro, as operações possam ser realizadas mesmo sem a presença de um cirurgião na sala.

Isso é possibilitado graças à união da telemedicina com outra tecnologia atual: a cirurgia robótica. Ela permite ampliar a escala de movimentos do cirurgião, tornando o seu toque mais delicado e preciso e substituindo o contato direto pelos atos do robô.

Atualmente, a cirurgia robótica só é possível com a presença do médico na própria sala de cirurgia. Caso algo corra errado, portanto, ele tem a possibilidade de entrar em campo rapidamente e assumir a operação da maneira tradicional. Com a telemedicina, no entanto, isso pode mudar em poucos anos.

Monitoramento remoto

Muitas áreas da medicina requerem o monitoramento de sinais vitais, como mensuração de pressão arterial ou da frequência cardíaca. Esses parâmetros são especialmente importantes em áreas como a cardiologia e a oncologia, que se beneficiam de um controle mais rigoroso do paciente.

Com a telemedicina, esses parâmetros podem ser aferidos remotamente — muitas vezes, pelo próprio paciente — e registrados em ambiente digital. Com isso, o médico tem um amplo registro de dados vitais, compreendendo de maneira mais realista como a doença e o paciente se comportam.

Quais as maiores vantagens da telemedicina?

A telemedicina oferece vantagens para todos os atores do atendimento médico: os pacientes, os médicos propriamente ditos e a rede de saúde em geral. Já mencionamos como ela pode auxiliar os pacientes, aumentando a capilaridade do atendimento especializado e reduzindo o risco da assistência presencial; para médicos, esses benefícios variam conforme a doença tratada e o contexto. Mas e para o sistema de saúde, quais as suas vantagens?

A seguir, listamos os 3 principais benefícios que a adoção da telemedicina pode trazer, seja para o sistema público ou para o privado. Neste último, as soluções são válidas tanto para as operadoras de planos de saúde quanto para as empresas que os contratam. Confira a seguir.

Redução de custos

A logística e alocação de profissionais é um dos principais problemas do atendimento presencial. Como mencionamos, na realidade, a demanda por cada serviço ou procedimento é variável; no entanto, alguns desses serviços são previstos pelo plano de saúde e, portanto, devem estar presentes. Como proceder para garantir o atendimento em tempo hábil, sem desperdiçar recursos com uma baixa demanda?

Na prática, essa alocação de profissionais é proporcional à procura pelos usuários: se uma determinada população tem maior demanda para uma dada especialidade, esses profissionais são priorizados. 

Com a telemedicina, no entanto, é possível contratar profissionais pela demanda, e não pelo período: ao invés de optar por profissionais superespecializados de plantão, por exemplo, a rede de saúde paga pelo atendimento que eles fornecerem. Assim, o valor gasto com médicos ociosos diminui, reduzindo os custos da assistência.

Além disso, a precificação do atendimento também é impactada, visto que gastos com deslocamento e alimentação, por exemplo, são menores. Por fim, o ambiente digital ainda possibilita maior competição entre os médicos, também baixando os preços.

Aumento da acurácia diagnóstica

Uma das consequências mais diretas da maior acessibilidade a especialistas é o aumento na qualidade dos diagnósticos: afinal, quanto mais especializado é um médico em sua área, melhor tende a ser o seu atendimento. A telemedicina também impacta no engajamento médico, visto que o profissional ganha proporcionalmente ao volume de pacientes atendidos.

Outro fator é a possibilidade de discussão multidisciplinar de casos, facilitada pela telemedicina. Com profissionais de mais de uma área em um mesmo caso, é possível garantir que ele receberá um cuidado holístico — e, portanto, com diagnósticos e tratamentos respectivamente mais acurados e direcionados.

Aumento de serviços oferecidos

Um dos maiores atrativos de um plano de saúde é o número de serviços cobertos: no momento da contratação, eles oferecem maior segurança e confiança ao paciente — ou, no caso das empresas, aos funcionários que serão beneficiados pelo plano.

Alguns serviços são retirados da cobertura do plano devido à logística. Entram nesse perfil os procedimentos que são pouco procurados pela população e que requerem alto custo do plano, por exemplo.

Pelo mesmo mecanismo da redução de custos, a operadora consegue alocar mais eficientemente o seu corpo de profissionais para suprir essas demandas. Por isso, com a ascensão da telemedicina, é possível aumentar o número de serviços oferecidos e tornar o plano mais atrativo.

Por que a telemedicina surge como alternativa durante a pandemia de COVID-19?

A pandemia pelo novo coronavírus trouxe, consigo, uma situação inédita no mundo. Pela primeira vez, optamos pelo isolamento total como forma de contenção, mudando drasticamente as nossas dinâmicas sociais e profissionais. Na telemedicina, não foi diferente, haja vista a sua aprovação em caráter emergencial e temporário para auxiliar no combate à pandemia.

Para compreendermos essa situação excepcional, precisamos entender melhor como a COVID-19 se comporta: apesar de sua alta transmissibilidade, a taxa de letalidade do vírus é de cerca de 3,5%. Embora esse valor seja superior ao da gripe e da H1N1, ele é muito inferior ao de outros surtos, como da SARS de 2002 (15%) ou da Ebola (acima de 50%).

Quando estratificamos a mortalidade por idade, vemos que a mortalidade cai para 0,2% em pessoas com menos de 40 anos de idade. Esse valor é similar à taxa de mortalidade geral da gripe, por exemplo. É plausível concluir, portanto, que a COVID-19 é uma doença que tende a matar mais homens, idosos e pessoas que têm outras comorbidades.

No entanto, ainda não temos nenhuma vacina efetiva contra a COVID-19, nem um tratamento comprovadamente eficaz. Por isso, a assistência médica se baseia em prescrição de medicamentos que ainda estão em fase de testes e tratamento suportivo — via intubação e ventilação mecânica, principalmente. É nesse ponto que o coronavírus apresenta maior perigo.

Com a possibilidade de um pico agudo nos casos da doença, há o risco de superlotação abrupta dos departamentos de emergência de unidades de terapia intensiva (UTI). Isso pode drenar os recursos do sistema público e dos planos de saúde, que podem não suportar a demanda de pacientes.

A estratégia atualmente utilizada para frear esse pico é o isolamento social, que visa a redução na transmissibilidade. Afinal, a própria busca dos pacientes pela assistência médica pode aumentar a disseminação do vírus, ao colocar pacientes doentes e saudáveis em um mesmo local: a fila do PA.

Por isso, a telemedicina surge como uma importante aliada durante a pandemia. Além de permitir consultas a distância, ela auxilia na organização do fluxo de pacientes e na teletriagem. Com isso, conseguimos manter a assistência de qualidade e reduzir a transmissão — que é, esta sim, a grande arma do vírus.

Como a telemedicina pode ser usada durante a pandemia de COVID-19?

Embora o Parlamento tenha permitido a utilização da telemedicina durante a pandemia, é importante tomar alguns cuidados. O mercado brasileiro ainda está amadurecendo nessa nova tecnologia, e é de se esperar que muitas novas empresas tentem a sorte com a telemedicina.

Por isso, é importante escolher criteriosamente os seus parceiros nesse novo desafio. Uma das maneiras para fazer isso é observar quais empresas já têm experiência no mercado e estão preparadas para a alta demanda de pacientes. Embora a permissão total da telemedicina seja nova, os seus preparativos datam de anos atrás.

Se o seu interesse é investir na telemedicina para enfrentar a COVID-19, podemos ajudar. A AxisMed é uma empresa do Grupo Telefónica que atua há mais de 18 anos no ramo da inteligência, gestão e BI em saúde. Bem antes da pandemia, já investíamos na telemedicina no Brasil. Conhecemos todas as suas nuances, a sua situação atual e os desafios que estão por vir.

A nossa plataforma digital é especializada para oferecer educação em saúde e fazer a avaliação do risco do paciente — tudo sem sair de casa. Além disso, contamos com uma equipe especializada de profissionais disponíveis para tirar as dúvidas dos pacientes, garantindo resposta em até 24 horas. A equipe conta com enfermeiros, farmacêuticos, assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais.

Por fim, fazemos a gestão de custos e de internados, direcionando os seus recursos para onde mais precisar deles durante a pandemia. As nossas soluções contam com uma avaliação de suas maiores necessidades e o direcionamento guiado das intervenções. Além disso, garantimos o seu retorno sobre o investimento com ações preventivas que reduzem o impacto financeiro previsto com o coronavírus.

A telemedicina é um dos assuntos mais discutidos da área da saúde atualmente. Além de prover maiores recursos para a assistência, ela também auxilia o sistema de saúde com rapidez, eficácia e direcionamento de recursos. Durante a pandemia da COVID-19, o seu uso pode amplificar os esforços em saúde e prevenir gastos excessivos previstos para o período.

Se você quer contar com uma empresa de confiança e renome no mercado, a AxisMed pode ajudar. Entre já em contato conosco e conheça as nossas soluções que alinham a telemedicina à sua demanda! Estamos prontos para responder a suas dúvidas e ansiosos por contribuir.

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